segunda-feira, 16 de julho de 2007

QUAL É O ESPÍRITO RASTAFARI

Cultura Rastafari - Entre o Extremista Rastafari Etíope da Jamáica e o Suáve Rasta de Dalas, Texas



Por: Elder Professor William Grant
25 de Abril de 2002
Reggae Texto 214

Tradução:
Ras Geraldinho


QUEM É RASTAFARI?

Muitas pessoas através do mundo tem dificuldade de entender o significado da palavra Rastafari “. Fica difícil entender o espírito Rasta, porque eles vêem Rastafari como uma religião somente.
Quando raciocinam assim encorrem em grande erro. Isso porque Rastafari é muito mais que uma religião. Rastafari é um jeito de vida, um movimento social, assim como um estado de espírito. Outra coisa que o que a ótica Ocidental não consegue entender é porque o movimento não tem as estruturas que o Mundo Ocidental esta acostumado com.
Muita gente só consegue enxergar o Rasta como um povo Jamaicano, que fuma Maconha, e usa Dreadlocks. Estas pessoasnão conseguem ver o que esta por tras do movimento. A idéia de que Rastafari é estritamente Jamaicana também é um erro.
Desde o início do Rastafari, o movimento Rasta tem se expandido muito além da Ilha da Jamáica. Existem Rastas por todo o Mundo. Hoje a Cultura Tastafari esta na Europa, Asia, Nova Zelandia, Estados Unidos, Brasil e especialmente na África. Este texto procura explicar o Rastafari e mostrar a Cultura Rasta desde a mais sagrada forma na Etiópia e a menos formal de Dalas no Texas.



O DESENVOLVIMENTO DO RASTAFARI

O movimento Rastafari surgiu dos ensinamentos do grande líder e ativista Jamaicano, Marcos Garvey. Garvey disse que o Povo Africano espalhado pelo mundo deveria se unir e voltar para a Mãe África, a terra natal. A visão de Garvey era de que:
“Os negros deveriam superar os sentimentos de inferioridade e construísse no lugar a sua própria e envolvente cultura e finalmente retornassem à África para a redenção da sua terra natal e onstrução de um novo futuro.
A visão de Garvey e sua habilidade de unir o povo e fez com que os Jamaicanos se iluminassem para ocanna que estava acontecendo no mundo. Garvey criou a U.N.I.A e o jornal Mundo Negro, que ajudou a informar os Jamaicanos sobre o que estava acontecendo no cenário internacional Africano. Garvey profetizou para seus seguidores:
“Olhem em direção à África para a chegada de um Imperador Negro. Ele deverá ser nosso redentor”.
Garvey sempre usava muitos termos bíblicos em seus discursos, para se ver livre da opressão do “Homem Branco”, que ele chamava de ímpio (impuro), mas apura verdade é que muitos Jamaicanos compreenderam isso literalmente. Um evento que ocorreu em 1930 e tem para o Rastafari a mesma importância que o nascimento de Cristo têm para os Cristãos.
Em 1930 um homem chamado Tafari Mokonne ou Ras (Rei) Tafari se declarou Imperador da Etiópia Haile Selassie I, um título tradicional que significa “Rei dos Reis ou Senhor dos Senhores” e “Leão Conquistador da Tribo de Judah (Judeu).
Para parte do povo Jamaicanos isso significava que a profecia tinha se realizado.
Esta pessoas se focaram na Bíblia e trouxeram traduções literais que tenha correlação com o fato o ocorria naquele momento.
Um dos importantes fatos correlacionados com a Bíblia é o fato de Selassie declarar que é descendente direto com o Rei David. Por Salassie declarar sua relação com David, ele apresentou a Passagem de Revelações 5:2-5. Para alguns Jamaicanos significava que o Messiah tinha chegado.
Na Jamaica pessoas como Leonard P. Howell, J.N. Hibert, and Archibald Dunkle, começaram a espalhar o fato de que o Messiah tinha vindo para salvar o povo Africano. Para Dunkle Howell e Hibert Haile, Selassie éra o próprio Deus vivo.
As pessoas que ouviam aquilo começaram a se denominar Rastafarians. Para estes novos Rastas a Etiópia se transformou no Sião (Paraíso).
A religião Rastafari continuou a tradição de interpretar literalmente a Biblia, o que a tornou única neste procedimento.


QUAL O SIGNIFICADO DE SER UM RASTA?

Os crentes no Rastafarismo são frequentemente mal entendidos. Para muitos, qualquer um que tenha dreas, fume Maconha e toca Reggae é um Rasta. Existem muitos outros elementos, além destes três para ser um Rasta. Rastafari é muito mais que uma religião. É um movimento e um jeito de vida. O estilo de vida do Rasta é a Paz, ou pelo menos a procura pela paz. Eu digo isso, porque por
por todo o mundo o Rasta é oprimido e molestado.



O USO DA MACONHA

Um dos primeiros aspectos que que vem à mente quando as pessoas falam sobre Rastafari é que eles fumam Maconha. Fumar Maconha para um Rasta é uma experiência especial. Eles usam a Maconha para a iluminação da mente para que eles possam corretamente argumentar sobre as coisas do mundo. A Maconha é sempre usada de maneira cerimonial. Antes de fumar a Erva Sagrada o Rasta fara uma prece para Jah ou para Haile Selassie I.
O Rasta chama este ritual de secção de arrazoamento onde eles fuma Maconha para Niubingui. Uma secção de Niubingui é muito diferente do jeito casual que o ocidental fuma Maconha. O ocidental fuma para entretenimento. O Ocidental fuma maconha de manera profana, simplesmente para se rir e bancar de bobo. Isso tem uma enorme diferença do que acontece na Niubingui. Na Niubingui a Erva é coisa séria, sagrada, usada para a iluminação.
Agir como bobo seria desrespeitoso para com Ras Tafari. Sempre um Rasta rezará para Jah antes de fumar a Planta Ritual.
Desafortunadamente para o Rasta, fumar Maconha se tornou um de seus piores problemas.
Isto é pelo fato de que fumar Maconha é proibido em praticamente o mundo todo, com exceção de dois países. Por toda a Terra existe Rastafaris constantemente nos tribunais lutando pela descriminalização da Planta Sagrada para uso Religioso.
Em todos os casos em que um Rasta foi aos tribunais para lutar pelo uso religioso eles perderam. Os países que os Rasta já tentaram lutar pelo uso religioso da Maconha são: Inglaterra, Estados Unidos, África do Sul, Jamaica, entre muitos. Muitos Rastas ao redor do mundo acabaram na cadeia por fumar a Planta Sagrada.
O uso Rasta da Maconha vem do início do Rastararismo ou Garveysmo na Jamaica. Em 1941 um dos primeiros pregadores do Rastafari, Leonard P. Howell, acentou uma comunidade de 1600 Rastas. Esta Comunidade foi chamada Pinnacle. Em Pinnacle, Howell plantou Maconha como agricultura sustentável. Foi neste momento que os Rastas descobriram as propriedades da Ganja, como os Jamaicanos chamam a Maconha. Usaram-na como alimento, remédio, vestimento e que era um canalizador no processo de “Arrazoamento”. Os Rastas, que sempre foram tenazes leitores das “Escrituras Sagradas” foram fundo na “Bíblia” e encontraram muitas referências de uso da “Planta Sagrada”. Desta maneira a “Ganja” foi incorporada na Cultura Rastafari.


DREADLOCKS

Dreadlock é outra parte bem conhecida da cultura Rastafari. A origem do Dreadlock vem da África ancestral, originário da África Oriental.
“O estilo de cabelo chamado de Dreadlock foi criado por guerreiros do Kenia, um estilo ancião de Kemet e Nubia. Na Jamaica no pós-escravidão, este estilo era chamado de “Dreadful” que significa “Temido, Terrível” (Dubb pg.3).
Os Rastas acreditam que não se pode por lamina afiada em seus cabelos. Isto vem também da interpretação literal da “Bíblia”. Devido a esta crença, eles não penteiam nem cortam os cabelos. Existe também alguns grupos de Rastafaris, como os da Niubingui Etíope Coptic de Sião que usam pentear seus cabelos, mas nunca corta-los.
Outra crença sobre este estilo de cabelo entre os Rastas é que os Dreadlocks lembram a Juba do Leão. O Leão é muito significativo pra a cultura Africana porque ele é o Rei dos animais. Estas características para os Rastas são divinas e por isso importante para o Homem Negro. Haile Selasie I é também chamado de “Leão Conquistador da Tribo de Judah” e para os Rastas o uso de Dreadlock os deixa conectados com Jah.
O Uso do dreadlock apareceu pela primeira vez, na comunidade original de Pinnale.
Como em Pinnacle Howell plantava Maconha, a polícia dava batidas frequentes na região. Por este motivo e outros problemas de demarcação territorial da comunidade Rasta, Howell foi forçado a criar uma milícia com grupo de guardas para proteger a área. Estes guardas deixaram crescer os cabelos no estilo dos guerreiros Africanos ancestrais e começaram a ser reconhecidos como “Locksmen”. Por estes motivos os dreadlocks se tornaram um uma marca registrada dos Rastafaris.
Da mesma forma que a Maconha, os Dreadlocks também trazem muitos problemas para os Rastafaris. No início do Movimento Rastafari, os Rastas que usavam Dreadlocks eram brutalizados pela polícia. Isto fez com que muitos Rasta se embrenhassem nas Florestas Jamaicanas para que assim pudessem viver em paz. As coisas não tem sido muito diferentes nos dias de hoje para aqueles que usam Dreadlocks. Tanto na Jamaica como em outros países, crianças que usam Dreadlocks não podem frequentar certas escolas. Assim como a no caso da Maconha, o assunto dos Dreadlocks nas escolas tem sido motivo para muitas batalhas judiciais para a defesa de direito fundamental do ser humano, o livre arbítrio sobre o próprio corpo.


A DIETA RASTAFARI

A dieta Rastafari é outra parte super explorada por aqueles que não conhecem verdadeiramente a Cultura Rasta. O Rasta tem uma crença muito interessante sobre seres mortos. Os Rastas não gostam de estar na presença de animais mortos. Este sentimento é transferido para a dieta Rasta.
O Rasta acredita que é erado comer animais que morreram porque você estaria transformando seu corpo em um cemitério.
Isso não significa que ele não vá comer
laticínios. A maioria dos Rastafari não tem problema em consumir leite e derivados porque isso não vem de animais mortos. Mesmo não comendo carne de animais, muitos Rastas comem peixe. Porém nunca comem ostra e outros animais de concha. Isto também vem da leitura da Bíblia. Alguns Rastas poderão ser tão radicais ao ponto de não comer frutas que tenham sido alteradas de sua forma original. Isso significa que eles não comerão frutas que tenham sido descascadas, cortadas amaçadas ou espremidas. Um grande numero de Rastafaris não ingerem comida processada.


DIALETO RASTAFAI

O dialeto Rasta reflete diretam ente a sua crença de muitas maneiras. “Se você realmente quiser conhecer um Rastafari, ouça o que ele diz”(Hicholas pg.37). O Rasta leva muito a sério o que fala. O Rasta sempre esta tentando fazer sua conversa parecer poderosa e grandiosa.
O que o Rasta fala reflete literalmente o que ele pensa. Sua colocação usa sempre a tradução literal da palavra, da mesma forma que acreditam na tradução literal das escrituras bíblicas. A conversa do Rastafari reflete seu protesto contra a opressão, assim como protesto contra a instituição. Quando a palavra do Rastafari é analizada, mostra quanto o Rasta pensa positivamente.
A retórica do Rastafari muda a lingua Inglesa de maneira que ajude a se fazer um senso literal da palavra, assim como para protestar contra o que o Rasta acredita ser injusto. O Rasta as vezes trocar os sentidos das palavras negativas para um significado positivo.
A troca da palavra “understand”(entender) para “overstand” é um bom exemplo. O prefixo “under” (inferior, sob, etc..) é negatico, enquanto “over” (sobre, demais, superior, etc...) é de sentido positivo. Um Rasta poderia dizer: “Eu e eu, não preciso só entender (understand), mais que tudo preciso compreender (overstand). Observe que o termo “overstand” não existe na lingua inglesa. Um Rasta jamais usaria termos negativos. Ele vai sempre trocar por um termo positivo. Isso é de grande reflexão sobre como o Rasta vê e pensa sobre as coisas de maneira positivOutro interessante aspecto da linguagem Rastafari é o conceito de Eu e Eu. A palavra “Eu” esta em toda parte do vocabulário Rasta. Isto é um nome da religião Rastafari. Isto é uma reverência a Jah (contração fonética da palavra Jeová), pois o Rastafari acredita em um Deus uno, onde Deus e o homem são a mesma coisa, um Deus interno, que existe dentro de cada um de nós. O Rasta diz “I and I” (eu e eu), evidentemente que o primeiro eu é o próprio Jah. O Rasta não aceita a idéia de um Deus externo, que esteja nas alturas, no céu ou seja lá o que. O “I” (eu) é usada també para substituir palavras fortes. Ela é substituta da palavra “you” (você), porque o “you” não faz parte do vocabulário Rasta.
O Rastafai acredita que no princípio só existia a palavra “eu” então veio o Demônio e criou a palavra “você”.



SENTIMENTOS SOCIAIS DO RASTAFARI

O Rastafari acredita exclusivamente na Paz e constantemente prega contra a violência. É muito difícil para o Rasta pregar a não violência porque na maioria das vezes ele mora nas favelas, onde a paz é praticamente inatingível. O Rasta teme a Guerra Mundial, especificamente a Guerra Nuclear. Por isso é que se ouve muito a palavra “Paz” nas letras de Raggae.
Um dos mais importantes aspectos da cultura Rastafari é o permanete protesto contra o sistema institucional. O Rasta se refere as autoridades que governam o mundo como “Babilônia”.
Babilônia é ligada ao Demônio e dirigida pelo “homem branco opressor”. Esta rejeição pelas autoridades constituídas pode ser observada na ordem litúrgica Rastafari que não tem regras como de outras ordens. Não existe nada que precise ser feito para ser um Rastafari, pois o verbo esplica todo o propósito de ser Rastafari. O Rastafari rejeita muitíssimo o Papa: “Queime o Papa. Queime o Papa homem...O Papa é o vampiro que quer nosso sangue. Selasie I é a única cabeça. O Papa é o Demônio”(Lewis pg 45). A frase deste Rastafari Jamaicano demosntra perfeitamente o sentimento que Os Rastas tem sobre as religiões organizadas e o Papa.
A crença econômica da Rastafari é contra o capitalismo. O Rasta acredita que o capitalismo é parte do organismo da Babilônia. O Rasta acredita que o que é dele também é do vizinho. Isso não quer dizer que o Rasta aprova o comunismo. Para o Rasta comunismo seria uma coisa muito organizada. O Rasta também rejeita a idéia de um lider para dizer a ele o que fazer. Muitos Rasta também não aceitam a idéia de se pagar impostos. Por este motivo a maioria dos Rastas não fazem parte da economia formal. Eles prefere viver em lugares que possam plantar suas próprias coisas, ou vivem da economia informal, vendendo coisas pelas ruas. Outros sobrevivem da venda da Maconha.
Uma triste parte desta cultura é em relação a atitude negativa com as mulheres. Alguns Rastafaris acreditam que as mulheres não são iguais aos homens. Novamente a interpretação literal da Bíblia se manifesta. O Rasta acredita que uma boa mulher tem que sempre respeitar o marido e fazer tudo o que ele pedir. Isso contradiz a idéia de igualdade das pessoas. Não existe a instituição do casamento entre os Rastas. Não faz parte da liturgia Rastafari a serimônia de casamento. O Rasta acredita que quando o homem deita com uma mulher ele se torna responsável pelo seu bem estar, dispensando qualquer manifestação externa deste ato.



O RASTAFARI NA ETIÓPIA.

Para muitos Rastas, mudar para a Etiópia é um sonho. Felizmente para alguns este sonho se tornou realidade. Em 1963 o Imperador Haile Selasie I doou quinhentos hectares de terra para qualquer Africano que desejasse voltar para a Etiópia. Estas terras estão localizadas no município de Shasemene. A pequena cidade de Shasemene tem 13000 habitantes. 90% da população é Cristã e 10 % Muçulmana. A cidade tem muitos visitantes porque nesta esta o cruzamento para três grandes cidades Etíopes.
Prostituição é muito comum nesta cidade e muitas mulheres fazem bom dinheiro com este negócio. Fora da prostituição existe muito pouco contato entre os sexos. A economia da cidade é baseada no comércio agrícola. As mercadorias comercializadas são milho, feijão, batata, trigo, cevada e injera (um gão tradicional na cozinha Etíope).
Separados desta economia, os Rastas fixaram uma comunidade que fica a cinco quilômetros do mercado central de Shashemene. A vila cresceu dos originais 12 Rastafaris que chegaram a localidade para dias mil famílias. Quase todos os Rastafaris que movam na cidade vieram da Jamaica. Dos que não são, a maior parte são mulheres Etíopes que casaram com Rastas. Os Rastas que vivem la são membros da congregação Doze Tribos de Israel. Doze Tribos de Israel é a congregação mais bem organizada de Rastarais da Etiópia. A origem da igreja é da Jamaica e tem um ramo no Brooklyn, em Nova Iorque. A Doze Tribos de Israel tende a ser mais radical nas crenças que outras comunidades Rastas. Eles acreditam na volta de todos os Rastafaris para a Etiópia (África). As casas dos Rastafaris deste distrito são feitas de Barro, palha, cerâmica ou restos de concreto. As estruturas são bem firmes porém são todas de um só pavimento. Isso porque construir sobre pisos eles acreditam que é invadir o espaço de Jah.
As paredes são porosas porque os Rastas dizem que assim eles podem respirar de lado de dentro da casa.
Os Rasta que vivem em Shashemene não sofrem nenhum tipo de controle do estado. A economia deles é completamente informal. Isso funciona porque a terra é muito fertíl e eles podem plantar tudo que necessitam para sobreviver. O que eles não conseguem plantar eles trocam pelos seus produtos no mercado central e existe ajuda que vem da Jamaica e outras organisações internacionais. Por isso as pessoas da Vila Rasta conseguem viver sem a interferência de externa e sem ninguém para governar suas ações. Não existe diferênça de classe dentro da comunidade. Projetos de trabalho são desenvolvidos por aqueles que tem mais conhecimento da área.
A vida das mulheres da comunidade de Shashemene não é muito lega. De fato elas são mais oprimidade que em outras comunidades Rasta. É comum mulheres apanhar por ter demorado demais ao ir para o mercado central. Os homens geralmente marcam o tempo de ir até o mercado e voltar sem perde tempo com conversas ou outros tipos de prazer. Se estas mulheres não voltarem dentro do plano de tempo pré-estabelecido, com certeza apanharam.
“ Ela me mostrou as cicatrizes que carrega por ter apanhado como punição por ter se atrasado das compras diárias. Seu marido marcava cuidadosamente o tempo de viagem ate o mercado e o atraso levantou suspeitas de infidelidade” (Lewi pg 112).
Isso é muito injusto, pois os homens vão para o mercado e perdem o tempo que quiserem, fumando maconha, escutando a BBC, vendo o que acontece no mundo e discutindo tudo isso com outros Rastas.
A vida diária dos homens da comunidade é muito diferente das mulheres. Os homens perdem a maior parte do tempo com atividades que não tem relação com trabalho. Eles passam a maior parte do tempo discutindo o mundo na visão Rastafari ou pintando retratos do Haile Selasie I. A maior parte dos Rastas que vive na comunidade não trabalham muito no campo. Os recém chegados fazem os serviços que normalmente são feitos na lavoura. Normalmente eles não ficam muito tempo porque eles são explorados pelos membros mais velhos.
Outras pessoas que vivem na cidade de Shashemene vêem os Rastas de diferentes maneiras. Alguns os rejeitam porque o estilo de vida deles conflita com o resta da comunidade, enquanto outros acham os Rastafaris um grupo inofensivo que não prejudicam a comunidade.
Porém são poucos que acham que os Rastas fazem algo pra ajudar a cidade.
Existe algumas razões para algumas pessoas da cidade não gostar dos Rastafaris. Uma delas tem a ver com a pregação anti-violência dos Rastas, elas acham que eles são muito rápidos em puxar uma faca quando se desentendem uns com os outros. A segunda é que eles são preguiçosos e vendem as roupas no mercado que lhes são doadas por caridade. A terceira reclamação que a comunidade tem sobre os eles é a mesma que em outros lugares que os Rastas vivem, é a reclamação sobre a Maconha.
“Tudo o que eles fazer é fumar Maconha, que os agricultores locais planta pra eles. Algumas pessoas da cidade não gostam disso, assim como nossas crianças começar a usar a Maconha também”. Disse Adbul Onduka, um mecânico de 27 anos.(Bhalla)
A quarta reclamação sobre os Rastas é que simplesmente a crença religiosa deles conflita com as crenças Muçulmanas ou Cristãs.
Os Rastas de Shashemene dão boas vindas para qualquer Africano que queira viver na comunidade Rasta . Eles dizem que na comunidade deles cabe o numero de pessoas que quiser viver ali e que queiram voltar para a África. Os Rasta acreditam que vão transformar Shashemene na cidade mais importante da África. Eles proclamam que um dia ela será uma próspera cidade que derrotara a a opressão do “Homem Branco”. Só que até agora os Rastas fizeram muito pouco ou nada para promover Shashemene.


RASTAFARIS NOS ESTADOS UNIDOS.

Os Rasatafaris têm se aventurado nos Estados Unidos. O scentro dos Rastas nos Estados Unidos de longe é Nova Iorque, porém existem comunidades Rasta por todo os EUA Da California até o Metodista domínio do Texas. Parece que onde existir um descendente de Áfricano que sofreu ou sofre algum tipo de opressão do “Homem Branco” emergira um Rastafari.




RASTAFAIS DE DALAS - TEXAS

Um dos lugares mais intereçantes que emergiu o sentimento Rastafari foi Dalas – Texas. O Texas é um dos lugares mais religiosos do mundo ocidental. Texas é o lugar onde o Cristianismo domina a vida social de uma grande parte da população. Texas também é um lugar de especial discriminação para com Africanos e esta talvez seja a razão da crescimento do Rastafari naquela área.
Os primeiros Rastas apareceram em Dalas a uns vinte anos atrás. A maioria trasida pelo sucesso que o Reggae fez e continua fazendo naquela área. Não se sabe quantos Rastafari moram porlá, porém em uma recente celebração do aniversário do Haile Selassie I apareceram mais de 500 Rastas. A maior parte dos Rastas de Dalas é de Afrodescendentes que procuram por respostas através de movimentos como os “Panteras Negras” ou o “Nação do Islã” entre outras Igrejas Africanas, e acabam se sentindo tão vazios quanto quando chegaram. Moore gastou a maior parte de sua vida procurando por estas respostas. Ele entrou na “Nação Islã” e se sentiu mais oprimido do que antes. Moore se tornou um Rasta e sua vida tem melhorado. “Tem sido uma vida dura, mas como Rasta, temos que continuar em frente” (Jones pg. 4).
Esta citação de Moore mostra como o Rastafari o ajuda a superar a dureza do dia a dia.
Os Rastas de Dalas enfrentam muitos dos problemas que outros Rastafaris do mundo enfrentam. Como a maioria dos Rastafaris vivendo ao redor da Terra, eles enfrentam o problema de fumar a erva religiosa, a Ganja. A pesar disso os Rastas de Dalas atendem aos rituais de Niubingui em toda Lua cheia de Dalas. Os Rastas de Dalas tentam lutar pelas suas crenças na Gaja, ajudando a comunidade a cuidar de pessoas que tenham problemas com drogas pesadas através do uso da Maconha. Os Rastas participam dos manifestos anti drogas promovidos pelos Muçulmanos da área e fazendo isso querem mostrar que não são a favor de drogas. Demonstrando este intertece pelo assunto eles querem ajudar na luta anti drogas e esperam que também ajude eles a legalizar o uso ritual da Ganja.
Os Rastas também enfrenta descriminação religiosa em Dalas. O filho de Moore, Jameel Moore foi suspenso da escola por usar sua coroa na classe de sexta série. O diretor suspendeu Jameel porque ele estava quebrando uma regra que proibia o uso de chapéu na escola. Moore argumentou que aquilo não era um chapéu e sim um adorno cultural, assim como o solidel para os Judeus e o turbante para os Hindus. A conversa acabou quando a escola oprimiu tanto o jovem Jameel que ele foi obrigado a engolir seu orgulho e aceitar não mais mostrar sua fé usando a coroa na escola.
Outro caso de opressão contra Rastafaris é o de Carols e Dana Jackson. Os Jacksons são um casal Rasta que tentou melhorar o relacionamento com a vizinhança da área de West Dalas. Eles encontravam casas abandonadas e as reformavam. No processo de reforma eles pintavam imagens de Marcos Garvey e Haile Selassie nas paredes das casas. Eles faziam jardins e hortas nos locais, colocavam animais que podiam ser cuidados pela população. Quando eles começaram a prestar secções de Niubingui
denunciados por violação de código e eventualmente presos por possessão de Maconha.
As mulheres da comunidade Rasta de Dalas no Texas parecem ser mais bem tratadas que em outras comunidades Rastafari ao r4edor do mundo. Tambem eles são tratadas com igualdade, participam do ritual da Ganja e não são forcadas a ficar em casa como mulheres Rasta de outros lugares. Isto provavelmente é fruto do lugar onde vivem. A cultura Rastafari em Dalas não é tão radical quanto na Jamaca e em outros lugares.
Os Rastas de Dalas parecem não ter aquele espirito rebelioso que os Jamaicanos e Etíopes tem. Muitos Rasta Texanos fazem parte da economia formal, pagam taxa e tem emprego fixo. Istp porque é muito difícil para um Rasta sobreviver na informalidade em Dalas. Os Rastafaris de Dalas parecem ser os mais tranquilos, menos rebeldes e menos motivados a por Babilônia à baixo. O motivo para isso é que lá eles sofrem menos repressão e opressão que em outros lugares. Outro motivo é por Dalas estar muito mais longe do mundo Africano. O Texas tem uma grande população de Afro-descendentes, porém estas pessoas não sente tanta opressão quanto outros negros sofrem, como na Jamaica por exemplo. Outro motivo é por que existem poucos Rastas na área, que reflete o nível de baixa intensidade do que pode ser uma comunidade Rasta.
Rastafari em Dalas é um movimento mais religioso que cultural ou social. Tanto na Jamaica como na Etiópia é o inverso.
O fato de o Rasta de Dalas ser menos intenso não quer dizer que eles não seja Rastafaris. Isto só demostra como o Rastafari pode ser diferente ao redor do mundo. Isto não diferente de pessoas de outras religiões. Toda religião tem pessoas com fé de diferentes níveis e compreensão.
Um bom exemplo disto é a fé Judia, assim como existe o Judeu ortodoxo que tem um nível extremo de crença, outros Judeus por exemplo seguem a “Judeus Reformistas” que leva a fé em um nível bem mais leve.
Então os Rasta da comunidade “Doze Tribos de Judah” podem ser comparados com os Judeus Ortodoxos e os Rastas de Dalas com os Judeus Reformistas.
Independente das diferenças que existem entres estes grupos de cultura Rastafari eles continuam dividindo o mesmo principio basico Rastafari. E o primeiro e mais importante deles é que amam e são devotos de Haile Selassie I.
Em segundo lugar, eles querem lutar contra a opressão do homem negro. Terceiro, eles odeiam e pregam a queda da Babilônia. Quarto, ritualisticamente todo Rasta usa a Ganja para alcançar a clareza de espirito e para se conectar com nosso Jah. Quinto, a aparencia com o estilo de cabelo e a barba. E por ultimo e mais importante, é o amor do Rasta pelo mundo e o desejo de união do homem.
O propósito deste texto na discussão do Rastafai nos mais diferentes ambientes é demonstrar quanto amplo é o espectro da desta fé. Ao mostrar Rastas extremistas como os da “Doze Tribos de Judah” que vivem na Etiópia, mostramos quanto séria esta fé pode ser. Em outra mão, ao mostrar os Rastas de Dalas que são menos ortodoxos, mostramos que esta religião não é sempre tão radical. Nossa intenção foi também demostrar que que o Rastafari existe em todo o mundo. O ponto é que o Rastafari esta em todo lugar, assim como a opressão. Onde houver o peso negativo da opressão você encontrará a força positiva de um Rasta, seja ele negro, branco ou de qualquer outra etnia.


Felicidades,

Jah é o meu senhor.


Bibliografia
Bhalla, Nita. “The Town That Rasatafarians Built.” Ethiopian World Federation June 1
2002

Dubb, Adjua. “Rastrari Way of Life” JahWorks.org


Nicholas, Tracy. Rastafari A Way of Life (Pamphlet no other info given)

Jones, Linda. “The Rasta Way – Dallas Rastafarian community steadfastly pratices an
often misunderstood religion” 08/11/96 Niceup April 4 2002


Lewis, William. Soul Rebels The Rastafari. Prospect Heights: Waveland Press, Inc., 1993

“Rastafari Campaigner Taking Cannabis Case To African Commission” South African
Press Association 20 March 2002

http://debate.uvm.edu/dreadlibrary/grant02.htm

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